Horóscopos para a lunação de capricórnio!
Reflexões para o período do dia 30 de dezembro 2024 a 29 de janeiro de 2025
O que o céu deste ciclo sugere?
Essa newsletter se divide em duas partes: primeiro vamos pensar no mapa da lua nova e no que o período sugere para nós em geral. Na sequência, vamos para as previsões do que este período indica e sugere especificamente para cada um dos 12 signos. Nessa parte, recomendo que você leia as previsões para o seu signo ascendente.
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HORÓSCOPO DO DESVARIO
Lunação de capricórnio:: 30 de dezembro 2024 a 29 de janeiro de 2025
::: O horóscopo do desvario é pensado e escrito para ser lido como inspiração. :::
Com este ciclo refletimos sobre: o exílio de estar no lugar do outro.
Ainda que haja planos, pensamento, observação, método, disposição e abertura, o outro é outro. Você deseja conhecê-lo, mas o outro só é o outro se há o mistério.
Nesta lua nova, sol e lua estão juntinhos no signo de capricórnio. Toda vez que a lua atravessa este signo é como se ela atravessasse um deserto. A lua, que tem seu domicílio no signo de água (câncer), não se sente confortável num terreno tão seco. Dizemos que ela está exilada, fora de casa, em um lugar hostil ou – ao menos – muito diferente se sua origem.
No horizonte leste, ascende o signo de câncer – justamente o signo de domicílio e conforto da lua. Ou seja, é do lado oposto do mapa – no oeste – que estão sol e lua, onde está o signo de capricórnio. Se de um lado temos o ascendente, este lugar que nos diz respeito: nosso lugar, nosso corpo, nosso espaço – do outro lado temos o descendente, a casa 7 do mapa: o lugar do outro e das nossas relações. É lá que a lua nova acontece.
O lugar do outro é estrangeiro a nós
Por mais que conheçamos alguém, este terreno nunca será totalmente cognoscível. Por mais que tenhamos intimidade com alguém, nunca compreenderemos totalmente como esta pessoa sente.
O outro existe dentro de um anagrama de touro. O outro é, portanto, talvez uma besta, um minotauro, um fauno, um sátiro, uma criatura impossível a tua particular humanidade.
Este lugar, o lugar do outro, é o nosso exílio, para bem e para mal. Que alívio e que tortura estar aqui ou ali. E vivemos em um pingue-pongue entre querer nos aproximar de nós mesmos e querer fugir de nós mesmos através do outro. O outro é este túnel que vai ao além. Queremos nos conectar e nos colocar no lugar do outro e, ao mesmo tempo, delimitar um espaço nosso. Que lugar é o meu? Qual espaço me pertence? Onde é minha casa, meu domicílio?
E também partimos tantas vezes em busca de um domicílio no outro, porém, lá, ainda que possa haver um abraço, não é nossa casa. E voltamos para a terapia.
Porque, afinal,
você se movimenta e todo dia acorda uma outra pessoa… há, também, este movimento que o outro faz, de forma que se mantém sempre um vácuo entre vocês. Tal como ser perseguido por uma distância, como um labirinto – assim que você chega no centro, surpresa: só há eco. Houve de fato alguém aqui? E quanto mais você pensa se aproximar, mais adiante o outro está. E o espaço entre vocês continua lá. E continuará.
Este ciclo de capricórnio nos coloca frente a frente com o desconforto de não nos sentirmos pertencentes, de estarmos distantes da nossa “origem” e conforto – nossas referências. Nos impele movimentar nossas parcerias e relações com alteridade, mas em um signo que pressupõe um inverno: ou seja, que nos mostra as dificuldades e limitações e não somente as delícias. Nos impele a conviver com o incômodo de mudar de perspectiva ou com o incômodo de não nos sentirmos acolhidas no cenário dos relacionamentos: sempre sentindo a falta, sempre observando esse espaço e esse vazio que permanece lá – e permanecerá.
Essa lunação conta a história de Castor e Pollux
Irmãos impossíveis: gêmeos de mesma mãe, pais diferentes. Jovens inseparáveis. Guerreiros. Um, filho de Zeus, era imortal. O outro, filho de um rei, mortal. Não poderia ser diferente: em uma de suas batalhas, Castor – o irmão mortal – é atingido por uma lança e morre. Esta é a tragédia.
Esta é a tragédia de se conectar com o outro, fazer esse laço. Em algum momento, nem que seja na morte, você repara que o outro não é você. Pollux seguia vivo, mas o mundo era outro.
E assim entramos numa lunação em que você pode notar com clareza: eu não sou o outro. Este local não me pertence. Me é desconfortável. Não me reconheço. Não o conheço. O lugar do outro e das relações te coloca num deserto onde você terá que se esforçar para conseguir atingir um outro estado de graça. Afinal, é possível: o outro é este túnel que vai ao além.
A história segue e Pollux implora a Zeus que faça alguma coisa e traga seu irmão de volta. Zeus não tem o poder de interceder na morte (não, nem mesmo Zeus). Porém, ele consegue um acordo com Hades, deus do submundo: Pollux poderia revezar com Castor e compartilhar sua imortalidade. Eles se revezariam entre o mundo dos vivos e dos mortos.
E assim é: nós nos revezamos na vida entre nossa vida e nossa morte – a vida do outro. Entre nosso tempo e o tempo doado ao outro. Nossa morte. Entre nossos propósitos individuais e nossos projetos conjuntos. Nosso luto. Entre domicílio e exílio. Entre o conforto do sofá da sala e o desconforto do deserto do outro. E assim o fazemos, não sem dores no corpo e no espírito.
A lua em capricórnio sofre de exílio, porém é resiliente. Sabe que é necessário articulações fortes e tempo para conseguir construir algum tipo de conforto no deserto. No exílio. Nas relações. Sabe de onde tirar recursos onde não parece haver nada. Sabe que o outro pode ser um lugar cheio de engenhos, artifícios, material bruto, possibilidades que só o tempo a longo prazo consegue materializar.
E ainda assim compreende que este lugar nunca será o seu. Esta lua conhece o desconforto de ocupar um lugar que não é próprio, porque se sente sempre de fora, fora de lugar em todos os lugares. E assim o período anuncia que nos sentiremos: fora de si, nenhum lugar é confortável.
O outro a rejeita porque é parte intrínseca de ser outrem não se identificar com você por completo. Uma parte tua sempre o detém. E mesmo na maior das diplomacias, conjugações em português polido, do desejo puro de afeto, o outro carregará o sentido da palavra alter. Mesmo que você tente se colocar em seu lugar. Pois, ‘lugar’ só é lugar se houver ponto de referência. Onde é esse este local? A lua não responde. À direita, à esquerda, distante? E assim, qual lugar te pertence? Onde é que você está? Mas, onde é que você está hoje?
Nesta lunação, o sentimento será de um desconforto exilado. De uma contemplação do deserto. Um sentimento de imigrante. De não-reconhecimento. De ter que viver a experiência ao contrário, de viver a negação de si – ou inverso de si. Ou mesmo de ser invisível. Viver através do inverso. De viver o outro. De ver o outro. A lua em capricórnio não se sente em casa nem no sofá e, talvez por isso, saiba imaginar o desconforto do outro.
Saturno, regente do sol e da lua nesta lunação, está em peixes como quem mira a possibilidade de chuva, um oásis no deserto, uma miragem, uma ilusão.
Há uma promessa de éden, uma verdade, um ideal, um lugar acima da mesquinharia da vida ordinária no sofá da sala? Há um lugar possível de reunião, de conexão com o outro? Há. É possível conhecer este oásis impossível, esta irmandade inimaginável?
Este lugar é um de se revezar – responde a lunação. Castor com Pollux, Pollux com Castor. O equilíbrio está na instabilidade do movimento. O chão é de areia no deserto.
Revezar perspectivas, revezar o lugar no sofá, revezar a pilha de louça, revezar o ceder e o priorizar-se, revezar acolhimentos, revezar dores, massagens, esforços.
Construir laços. Compreender limites. Revezar os mundos.
Sair do seu, entrar no outro, se impressionar, doer, voltar. Receber o outro, se impressionar, doer, expulsar.
Se reencontrar, quem sabe, em um lugar neutro às vezes: sair para viajar ao mesmo tempo – ambos, saírem de si.
Esse jogo de pingue-pongue da irmandade, o mais humano dos jogos: eu, depois você, depois eu, seguido de você… Viver esta dualidade entre você e o outro, oscilar o brilho tal como as estrelas de Castor e Pollux fazem no céu. E assim viver as mudanças que o outro causa em você, e você no outro. Viver cotoveladas e abraços. Sobreviver ao outro, sobreviver graças ao outro. Conviver com os demônios das desilusões, anjos caídos. O céu são os outros – respondeu, já, Valter Hugo Mãe.
O céu é onde as estrelas brilham e onde os deuses imortais habitam
Saturno está em peixes e na casa 9 – como no topo do monte Olimpo, junto de todos os deuses, apontando que o caminho é em direção a algo que seja sublime, te empurre além da rotina ordinária… o túnel vai além. Se colocar no lugar do outro é difícil, mas nos permite construir novas perspectivas.
Castor e Pollux estão consteladas no mapa dessa lunação e são visíveis no céu como duas estrelas que oscilam seu brilho. De lá do Olimpo: compartilhar sua imortalidade. Se revezar entre o mundo de deuses e dos humanos. Entre espírito e matéria.
E a lua cheia do dia 13 de janeiro
é dura: mostra o submundo. Afinal, falamos aqui de revezamento… momentos em mundos diferentes – tal qual os irmãos se revezam entre o mundo dos vivos e dos mortos. Nada é fácil no terreno das relações. O esforço de congruir e compartilhar. Na lua cheia, o conflito é entre sua parte mortal e imortal. Entre teu céu e teu labirinto.
Método para o impossível: saturno em peixes ensina. Ele vislumbra algo que milagrosamente modifique a realidade ou seria a realidade que torna algo milagroso? Parafraseando Ana Suy: a realidade é um alívio, pois nossas fantasias costumam ser bem mais cruéis que a realidade factual de qualquer fracasso. Para a realidade há sempre um limite, em nossas fantasias, não.
Saturno em peixes: para sonhar juntos, só com disciplina. Fé no tempo lento. Trabalhar para estar junto, não só pra si. Aprender a lentidão dos sentimentos. Perceber as diferenças, não tentar igualar nem homogeneizar. Reconhecer os limites. Pois, saber reconhecer limites é saber cair do céu à terra. Se para tudo há limite, há um chão que te segura – saturno. Por mais longe que você caia e solitária que você se sinta.
E ainda assim, permanecer no desconforto. Não fugir. Fazer amizade com ele. Lua em capricórnio e Saturno em peixes. Colocar uma quantidade de realidade na receita da fantasia das parcerias: para esta lunação, esta dica.
Castor e Pollux.
E talvez você até encoste pele com pele. Língua com língua. Do outro, só é possível sentir as fronteiras, seus limites. Nunca, jamais, sentirá que chegou lá. Dois pontos já pressupõem partida e chegada. E no intervalo há espaço, um percurso e mistério.
Todo mundo aqui lê o mesmo texto, todo mundo é lua. Lua em capricórnio por ora. Para toda lua há um outro para se aproximar. Movimentar-se é regra. Entre mim e você, mistério. Entre um mistério e outro: a beleza do impossível. O infinito da mortalidade.
[trechos de um texto antigo postado no instagram @vaztrologia sobre capricórnio e libra]
Leia, abaixo, as previsões específicas para o seu signo ascendente!
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Horóscopos do desvario para cada signo ascendente: 30 de dezembro 2024 a 29 de janeiro de 2025
Atenção para a sugestão: leia abaixo o texto para o seu signo ascendente. Depois, se desejar, leia também para seu signo solar ou lunar. Os horóscopos devem ser lidos como inspiração. Não se apegue e pegue disso o que fizer sentido pra você. Conselho: guardar este e-mail e reler ao final da lunação para refletir sobre o período.
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