O que o céu deste ciclo sugere?
Vamos em duas partes: primeiro vamos pensar no mapa da lua nova e o que o período sugere para nós em geral. Na sequência, na segunda parte da newsletter, vamos pensar: o que este período indica e sugere especificamente para cada um dos 12 signos?
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HORÓSCOPO DO DESVARIO
Lunação de gêmeos:: 17 de julho a 16 de agosto
::: O horóscopo do desvario é pensado e escrito para ser lido como inspiração. :::
Com este ciclo lembramos de: reciclar.
E eis que, para reciclar, é necessário um olhar atento para o que deve seguir conosco no futuro e o que deve ser jogado fora. Esta é uma lua nova que marca a metade do ano, uma lua em câncer – signo cardinal que abre um novo capítulo. Um novo momento. E nele: o que vale levar contigo e o que deve ficar para trás? O que vale o esforço e o que deve poder morrer? O que pode ser reciclado?
A lua nova acontece na casa 8 do mapa. Uma área do mapa que reflete o local do céu em que os astros estão prestes a se pôr no horizonte. Estão caindo lentamente em direção à terra. É uma parte do mapa associada, portanto, aos finais e à morte. Por isso, uma parte do mapa que apresenta um risco e uma ansiedade – nenhum de nós gosta de pensar naquilo que fenece, mas finalizações e perdas fazem parte do ciclo de renovação da vida.
A sensação pode parecer de estar em um grande pântano. Um pântano ou um mangue é uma área constantemente inundada onde o escoamento das águas é lento. Assim, a massa orgânica (folhas, insetos, frutos) cai, é absorvida, some de vista se decompondo – e as coisas vão ficando soterradas. É um local de difícil locomoção, com um cheiro forte de memórias, onde perdemos um pouco o senso de direção e deve-se caminhar com cautela. Por outro lado, é um lugar muito fértil onde o solo é constantemente alimentado por tudo que cai nele. Ou seja, alimenta-se outras vidas com tudo que vai caindo e se desintegrando no solo.
Um período para meditar sobre jogar fora, abdicar e repensar o que carregar daqui em diante. Perder por vezes é inevitável e fora do nosso controle, afinal ninguém joga para perder. Mas, por outras vezes, pode partir de uma ação consciente.
Esse é um tema que gera angústia e que pode trazer desestrutura: afinal, se desfazer do quê? Há um ar de preocupação na casa 8 que é compreensível. Estamos pisando em um lugar sem chão, que diz respeito a tudo que não temos mais controle. E sem chão debaixo dos nossos pés somos obrigadas a observar o insustentável.
Vem com isso o assombro da finitude. A falta. O sentimento de quase perder. O sentimento de perder. A proximidade do risco. Uma parte do mapa que fala do sentimento de luto – de uma parte de si, por vezes de um término irremediável de um casamento, de um trabalho, de uma vida, de recursos, ideias, projetos.
No entanto, a partir desse ponto, uma lua nova pergunta: do lixo, do que morre, do que morreu – o que se inicia?
Vale lembrar que não há só a “morte” em contraposição à “vida”: há inclusive a morte enquanto vivos. Assim, é importante perceber tudo que deixamos estagnar.
Como diz Jorge Drexler na canção Movimiento: “Si quieres que algo se muera. Déjalo quieto.”
Pois, a casa 8 é chamada, também, de lugar inativo não à toa. O corpo sedentário, o torpor que toma conta, a sensação de estagnação. Sensações de quando parece que as coisas não dependem mais de nossas ações sozinhas.
Porém, ali se encontra uma lua domiciliada num signo de impulso: movimentar-se a partir deste ponto de estagnação.
Sendo uma casa oculta, nada que está ali é óbvio ou se mostra muito rápido – seguiremos por um tempo mesmo sem clareza, mesmo sem rumo. Há de se ter paciência para averiguar dentro de si o que foi sendo acumulado e agora deve desaguar pôr-se a movimentar para iniciar o segundo semestre. Qual bagagem deve seguir viagem, reconfigurada para esses novos tempos?
Procyon, a estrela da constelação de Cão Menor, está configurada à esta lua nova, e traz um grau de valentia, capacidade de ação, engenhosidade que pode nos ajudar nessa travessia – no entanto, um quê de imprudência, precipitação, um correr atrás do próprio rabo (como falamos dos cães) por vezes obsessivo, e um temperamento um pouco explosivo. Querer atravessar esse pântano de câncer na casa 8 correndo, não traz bons resultados.
A partir da lua cheia no dia 1 de agosto, teremos maior consciência da dimensão desse ciclo que se tenciona entre aquilo que é nosso e aquilo que não é. Entre nossas necessidades e as de outros. Entre nossos recursos e nossas faltas. Há, ao menos, um auxílio de Júpiter – que não resolve tudo, mas pode trazer algum alívio através do trabalho duro no assunto.
Casa 8: sustentar o lugar-comum
Há, no entanto, algo produtivo na casa 8. Nem tudo é uma perda pela perda. Na casa 8 podemos também perder uma parte do que é nosso para, assim, poder somar com outra pessoa. Nesse caso, existe o luto e morte de um pedaço nosso, existe o sentimento de ter que abrir mão – porém, ele deve ser atravessado para atingir um terreno comum entre as partes. A casa 8 trata da sustentação das relações e dos recursos que não são seus, mas de outras pessoas com quem noa afiliamos. Fala da possibilidade de cooperação – e isto inclui um investimento mútuo que também pode trazer uma perda mútua. Na casa 8 estamos associados com outra pessoa, lugar, instituição. Um e outro são interdependentes. É ainda este de falta de controle na medida que dependemos de outra pessoa e nos vinculamos a ela.
O que pode surgir desse encontro? E quanto trabalho dá fazer a manutenção desse espaço de encontro comum? Será que ainda é possível manter como está – ou algo deve mudar? Uma lua nova em câncer trata de inícios ou movimentos, mais do que de estabilidade. Pode ser um novo contato a ser feito, pode ser uma alteração no que já havia. E mesmo assim, você pode se sentir sobrecarregada ou dependendo de outra pessoa em demasia – tendo que jogar um jogo que não é você sozinha que fez as regras.
Tudo que envolve uma fusão do que é seu com o do outro está passível a movimentar-se nesse ciclo. Câncer tem o compromisso de começar e devemos ficar de olho nas oportunidades que surgem para agarrá-las. Pode fertilizar projetos e ideias novas, parcerias e sociedades, jogar a energia em começar algo comum, investir juntes. Tudo isso enquanto algo é deixado para trás pra abrir esse novo capítulo. É importante fazer tudo isso com cautela do caranguejo e dificilmente se escapa do trabalho que dá e de algumas sensações que isso nos impõe. A sensação de ter que abdicar não é gostosa. Ou mesmo o risco de comprometer seus recursos, a vulnerabilidade ao investir numa sociedade. A sensação da cisão do que é seu. De estar, um tanto, na mão de outra pessoa.
Pode render um benefício fortuito e circunstancial de ter se atrelado àquele outro; pode vir também a sensação de desmembramento de fundir o seu recurso com o desse mesmo outro, pode haver a sensação de ansiedade/sobrecarga/tensão de ter que administrar o dinheiro conjunto da família, dos clientes, do orçamento de todo o escritório.
E, no entanto, fica a questão: é possível contar com estas ou estas parcerias e trocas?
Ascendente com Ras Alhague
No ascendente do mapa surge a estrela Ras Alhague, uma estrela que conta o mito de Asclépio. Asclépio se dedica ao estudo das serpentes, interessado no poder de cura e ressurreição que elas carregam. E, conta o mito, que em dado momento ele consegue passar a trazer os mortos de volta à vida. No entanto, isto enfurece Hades – o deus do submundo que recebe os mortos. Afinal, Asclépio cria um desequilíbrio entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Uma quebra no ciclo da natureza. Claro, Zeus entra em cena e acaba com essa história.
A casa 8, a casa da morte, recebe a lua nova deste mês de julho. Cabe a nós não criar esse desequilíbrio e meditar sobre perdas e desequilíbrios. Ainda que busquemos sempre a cura, parte dela é algo poder morrer e não nos apegarmos a tudo que há e houve: pessoas, ideias, projetos… É uma estrela que trata da linha tênue entre antídoto e veneno. Até que ponto queremos nos anestesiar e não olhar para a parte feia e obscura da vida?
Outro ponto relevante, é tomarmos cuidado com nosso corpo e mente nesse período que se inicia. A casa 8 pode causar sensações relacionadas a uma ansiedade do imprevisível e ao sentimento de não ter volta. A casa 8 é como a letargia melancólica de domingo. E Júpiter, regente do ascendente colocado na casa 6, sugere cuidarmos do nosso bem-estar físico e perigo para exageros.
Oposição marte-saturno
De quebra, ganhamos uma oposição acirrada entre os dois planetas mais difíceis no céu. Marte – senhor dos conflitos, rupturas, quebras e cortes – bate de frente com saturno – senhor dos obstáculos intransponíveis, bloqueios, escassez. Marte pode desejar criar uma turbulência e cortar qualquer obstáculo à sua frente, pode tentar através dos detalhes criar uma rachadura ou moldar um caminho para atravessar esse muro de pedra de saturno. Essa oposição tende a criar perigos em estruturas muito firmes, quebra de tradições, leis, regras, coisas que pareciam firmes. Mas não parece haver uma saída clara aqui. Saturno por sua vez abafa a força da espada de marte, tal como a pedra ganha da tesoura no jogo infantil. É um aspecto de tensão no céu que atravessa o eixo central do mapa trazendo pro embate entre nossa vida pública e nossa vida privada. As estruturas que sustentam nossas fundações podem sofrer alguns baques ou o nosso fazer no mundo pode sofrer alguns bloqueios. Esse antagonismo entre as duas áreas de vida que podem resvalar nos nossos recursos, família/casa, deslocamentos/viagens ou estudos/burocracias. Uma tensão que se afirma entre nossa vida íntima e nosso fazer profissional, que pode nos fazer chegar a um limite e explodir ou implodiram dos lados. É necessário calma e alguma malemolência e criatividade para sair desse conflito rígido. Essa oposição e suas possíveis manifestações serão pormenorizada para cada signo na parte a seguir:
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Horóscopos do desvario para cada signo
Atenção para a sugestão: leia abaixo o texto para o seu signo ascendente. Depois, se desejar, leia também para seu signo solar ou lunar. Os horóscopos devem ser lidos como inspiração. Não se apegue e pegue disso o que fizer sentido pra você. Conselho: guardar este e-mail e reler ao final da lunação para refletir sobre o período.
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